LENDA DO GALO DE BARCELOS
Ao cruzeiro setecentista que faz parte do espólio do Museu Arqueológico de Barcelos, está associada uma curiosa lenda – A Lenda do Galo de Barcelos.
“……….Os Habitantes do Burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não ter descoberto o autor. Certo dia, apareceu um galego que se tornou de imediato suspeito do dito crime, visto que ainda não tinha sido encontrado o criminoso. As autoridades condais resolveram prende-lo e, apesar dos seus juramento de inocência, ninguém o acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse para Santiago de Compostela em cumprimento de uma promessa como era tradição na época, e fosse devoto fiel de S. Paulo e da Virgem Santíssima. Por isso foi condenado à forca. Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o havia condenado a tal destino. A autorização foi-lhe concedida, e levaram-no à presença do dito magistrado, que nesse momento se deleitava e banqueteava com os amigos. O galego reafirmou a sua inocência, e perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que se encontrava no centro de uma grande mesa, exclamando «« É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem »», perante gargalhadas e risos, não se fizeram esperar, mas pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível aconteceu. Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo ergueu-se na mesa e cantou! Após tal acontecimento mais ninguém duvidava da inocência do Peregrino. O Juiz correu à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz. Volvidos alguns anos, voltou a Barcelos e fez erguer um Monumento em Louvor à Virgem e a Santiago ….. “
LENDA DO MILAGRE DAS CRUZES
A lenda do Milagres das Cruzes, muito antiga, está ligada à aparição de uma cruz acompanhada da figura de Deus, a um sapateiro Barcelense.
“……….O povo fez aparecer, no local da aparição, uma ermida em honra do senhor da Cruz às costas, venerado numa imagem que um mercador destas terras trouxe da Flandres. A lenda entretanto explica de outro modo a presença da imagem. Segundo a tradição o Senhor da Cruz era irmão dos Senhores de Matosinhos e de Fão os quais teriam sido lançados à água em terras distantes. A corrente tê-los-ia lançado um à praia de Matosinhos, outro à de Fão e o terceiro teria subido o rio Cávado de onde teria sido recolhido por almas piedosas que o levaram até Barcelos, dando-lhe aconchego na ermida do Senhor da Cruz, de onde nunca mais foi demovido….. “